Desenvolvimento infantil: Primeiro SetĂȘnio
- Larissa Sanchez
- 9 de jun. de 2017
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Segundo a Pedagogia Waldorf, criada por Rudolf Steiner hĂĄ quase 100 anos, o desenvolvimento de um ser humano divide-se em setĂȘnios e, em cada um deles, as manifestaçÔes de atividades possuem focos diferentes.
No primeiro setĂȘnio, que compreende o perĂodo de 0 a 7 anos, a criança prioriza suas energias no desenvolvimento do seu fĂsico e, portanto, estĂĄ em constante atividade corporal que, dependendo de sua intensidade, o capacita para atuar, na vida adulta, no Ăąmbito cultural-intelectual.
Nesta fase, a criança absorve tudo o que lhe estiver ao alcance e ela vive de maneira ingĂȘnua em relação Ă distinção do que Ă© bom ou ruim. Seus ĂłrgĂŁos estĂŁo atentos aos estĂmulos e, atravĂ©s da repetição dos mesmos, reage no externo a partir da imitação. Mesmo ainda sem consciĂȘncia, começa-se a ser moldada sua futura moralidade.
O desenvolvimento do corpo fĂsico depende do ambiente no qual a criança estĂĄ inserido e os estĂmulos presentes sĂŁo os responsĂĄveis por influenciar seus ĂłrgĂŁos internos e o seu psicolĂłgico. Isto significa que a sua saĂșde depende, em grande parte, do que lhe foi oferecido nesta fase.
Os trĂȘs primeiros anos de vida da criança representam uma mente absorvente ainda inconsciente, cujos aprendizados ficam gravados no cĂ©rebro para serem usadas posteriormente. Neste perĂodo, a criança conquista o andar ereto, a fala e inicia o processo do pensamento. Ă portanto, a fase considerada a mais importante da vida e que diferencia os seres humanos dos demais animais. Neste sentido, o acompanhamento educacional deve ser focado e atender as necessidades bĂĄsicas com o mĂnimo de interferĂȘncias em tais processos Ășnicos e naturais.
Entre dois e trĂȘs anos de idade, inicia-se a fase no qual a criança se percebe como indivĂduo e muitas vezes, mal interpretados na sua busca para entender o seu âeu prĂłprioâ, sĂŁo taxadas de teimosas. Em torno dos trĂȘs a quatros anos, jĂĄ no jardim de infĂąncia, a criança aprende a conviver socialmente mostrando grande capacidade de uso de pensamentos arbitrĂĄrios, mas muitas vezes retratando o que chamamos de âfantasia infantilâ, no qual o ato de brincar Ă© influenciado por imitação e fantasia. Nesta fase, percebe-se grande uso das mĂŁos, braços e domĂnio da respiração.
Por volta dos cinco anos de idade, inicia-se uma nĂtida organização das brincadeiras no qual as imitaçÔes se tornam mais fiĂ©is Ă realidade e a percepção do que jĂĄ aconteceu, do que estĂĄ acontecendo e do que estĂĄ por vir jĂĄ se faz presente. Entre cinco e seis anos, as crianças jĂĄ estĂŁo mais ĂĄgeis na utilização das pernas e pĂ©s.
No primeiro setĂȘnio, a criança ainda nĂŁo desenvolveu sua capacidade de raciocĂnio e, portanto, o educador nĂŁo deve focar pela compreensĂŁo, mas utilizar da repetição para o incentivo a imitação. Ă por este motivo que o ritmo diĂĄrio torna-se uma chave para que o indivĂduo se torne sadio na vida adulta.
Pensando nas caracterĂsticas do desenvolvimento da primeira infĂąncia, o ĂRIS JARDIM procura criar um ambiente propĂcio para a formação desses indivĂduos, fazendo dele uma extensĂŁo do lar, dando especial importĂąncia Ă qualidade dos fenĂŽmenos e objetos que irĂŁo influenciar a formação e desenvolvimento dos ĂłrgĂŁos dos sentidos.